sábado, 27 de agosto de 2011

Combinado

Em  um dia ensolarado com clima ameno e vento fresco nada mais agradável que passeio ao ar livre. A ideia é diversão, nada de pensar em trabalho, carreira, planejamento, contas, dinheiro no banco, plano de saúde, cursos, estudos, amores, família, enfim, nada disso, o negócio agora é caminhar, que tal fazermos uma trilha? Aonde? Sei lá qualquer lugar. Que horas? Agora. Pode ser depois do almoço? Poxa depois do almoço já tenho compromisso. E amanhã? Também, só se for bem cedo, mas acho que amanhã a previsão é chuva. OK então, vamos marcar para o fim de semana que vem? Claro, vamos nos falando no meio da semana. Tá, mas para onde iremos? Não sei ainda, tantas opções, escolhe ai e me fala. Tá, pode ser aquela que a gente chega em uma cachoeira ai depois da trilha toma um banho. A água deve tá muito gelada, semana que vem a gente vê isso.


Rafaela Tavares Fontes


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ciclo

A vista é linda e isso é incontestável. A chuva se aproximando, a brisa do mar, os barquinhos na lagoa, o nascer do sol na praia e o por do sol nas montanhas, alguns aviões, pássaros voando próximo a janela. Como então pode-se cogitar solidão diante de tudo isso? Como uma linda vista pode suprir a falta das pessoas? Como um dia lindo pode aspirar lágrimas? 


Para onde foi a vontade de andar de bicicleta e ir a praia? Aonde está a felicidade por tocar aquela música no rádio? Mais do que aspirações, desejos e realizações eu quero uma noite em que o escuro não traga a solidão, que as questões da vida sejam compreendidas e que eu tenha sabedoria para encarar sem medo de errar, sem medo de viver. 

E com tudo que sou e que deixo de ser com minhas escolhas e renuncias, ando construindo e desconstruindo, vivendo e morrendo a cada dia. Ainda assim, quero flores com gotículas de orvalho no meu jardim com  metade de um copo cheio de água... para cuidar. E o amor, também encontra-se ao lado... cuidando, vivendo.








Rafaela Tavares Fontes

domingo, 14 de agosto de 2011

SIC

"É preciso amar, as pessoas como se não houvesse amanhã..."

Batido isso né? Fico imaginando no meio de uma briga, daquelas siniiiiiiiistras um dos envolvidos falar isso para o sujeito mais irritado. Fico imaginando pessoas preconceituosas lhe dando com seus "extremos". Fico imaginando os filhos não culpando sempre os pais, já que ambos são iguais, pois os filhos crescerão e obedecerão a tendência familiar. Esquece esse negócio de "reconstrução", "adaptação", "novo", apenas repetindo, assim, bem fatalista e hollywoodiano a espera de um final feliz. [sic]


Rafaela Tavares Fontes

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Desastre natural

Ao que me concerne o viés da poesia,
choro palavras entre os obstáculos gramaticais.
E com meu pranto poético inundo todo e qualquer suporte linguístico.
A competição que se sucede não basta ser um sujeito simples,
a exigência é saber nadar na inundação.


Rafaela Tavares Fontes