segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Léo

"É tão estranho.
Os bons morrem jovens.
Assim parece ser.
Quando me lembro de você.
Que acabou indo embora.
Cedo demais..."

(28/01/1985 - 23/11/2009)

domingo, 22 de novembro de 2009

Crianças

E os problemas mais simples se complicam,
e os mais complicados se simplificam.
Afinal ter cabelo grande significa que você não tem piolho,
já os curtos..
E se eu, cortar os meus?
Terei pego piolho?
Se meus sapatos forem um grande obstáculo?
E minha saia suja me impedirem de realizar as atividades?
Não importa.
O negócio é cumprimentar quem chega, com um sorriso.
Dar as mãos e dizer o próprio nome.
Pequenas mãos realizam grandes feitos.
E claro pedir um registro para ficar para sempre na lembrança.

Rafaela Tavares Fontes

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Zumbi

A boiada se espalhou, ta fugindo!
Ê boi, ê boi!
Segura! Segura!
Cerca todo mundo!

Faça sem que note que estão sendo cercados.
Sem se rebelar todos seguem, em ORDEM!
"Assim que deve ser", proclamaram.

Nova cara do navio negreiro.
A negada não pode notar que ta entrando nele.
E a negada 'caucasiana' não nota (!),
Que faz parte constituinte do mesmo.
Afinal temos direitos e todos são iguais. NÉ?

O caminho é árduo, sempre foi.
Direto do "quilombo do tempo",
Para as extensas e estreitas ladeiras.

Adquira já o seu, sem juros e só começa a pagar ano que vem!
Isso mesmo, a primeira parcela só ano que vem.
E leva totalmente de graça alforria.
Garanta já seu quilombo juntamente com sua alforria!!!

Promoção válida apenas no dia 20/11.
Corra, você não vai ficar de fora!
Ou vai...

Informamos que o direito pertinente a alforria se refere apenas ao lado interno da cerca, rebeldias, vandalismo e bárbarie não serão admitidos. 
O Ministério da Justiça adverte: quem descumprir será submetido a severas punições.



Rafaela Tavares Fontes

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Tu pensas? Pêsames!

Fácil assim. Só deixar.
Deixe que flua, até machucar.
E quando isso acontecer e você não aguentar,
simples assim só tem que parar!

E quando não funciona tentar?
Atormentam, atormentam e não paro de pensar.
Quero sentir diferente, parar de lamuriar.
Sofrimento, lembranças e mágoas são o meu pesar.

Pensamentos que se vão e outros teimam em continuar.
Ao que me pesa os sentimentos, seja ele qual peso terá.
Sai de mim. Sai para lá.
Pare de pensar!

Rafaela Tavares Fontes  

domingo, 8 de novembro de 2009

Vazio

A multidão caminha em luta.
Alguns para a "felicidade"outros pela "paz", mas caminham.
Caminham sozinhos e juntos, como deve uma multidão.
Vazia e cheia de gente ao mesmo tempo.
Gente que sente um vazio.
Um vazio cheio de gente.

Rafaela Tavares Fontes  

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Abrigo

Brigar por problemas ou problemas por brigar?
Os problemas fáceis ou difíceis qual solucionar?
Não são tão fáceis de primeira impressão
nem tão difíceis até a solução.
Brigo, brigo sim pelo que acredito,
pelo que quero e pelo que amo.
Mas quero um Abrigo quando brigo.
Aconchegante, com cheiro de chocolate quente.
Abrigo esse sem brigas,
mas se essas persistirem que seja briga no Abrigo.
Brigas que causam problemas, problemas que causam brigas...
...confusão no Abrigo.

Rafaela Tavares Fontes 

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Tempestade

Está a vista. Olhe! Tempestade a caminho.
Que caminho devo seguir? O mesmo que o dela?
Vou ao seu encontro ou aguardo que venhas até mim?
Estopim de emoções!
Estou prestes a ter a minha própria tempestade.
Que outras não me alcancem.
[...]
"Por favor nunca feche o cruzamento", dizia a placa.
Fechou, o tempo e o cruzamento, onde os caminhos se cruzaram.
Choque de tempestades. Logo, então, a calmaria.
Novos dias virão...

Rafaela Tavares Fontes 

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Migalhas

SIGA!
Desfaz, como resto de um bolo...
...que a poucas horas estava quentinho e bem fofo,...
...em migalhas.
Grunido de gralha, estridente.
Gritos no silêncio...
...silêncio próprio que não ecoa...
...que não desdobra, mas corta, corrói, fere, dói.
E o que sobra?
Tudo desmoronou, resta buscar resquícios.
Não me contento com migalhas...
...quero o bolo inteiro.

Rafaela Tavares Fontes

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Querido diário,

Uma chuva fina iniciou o dia,
Inicio, do fim de ânimos e pensamentos, da primavera.
Um abraço longo de despedida.
Sons que se libertam em um ambiente sem harmonia,
E uma lágrima cai...


Rafaela Tavares Fontes

domingo, 13 de setembro de 2009

Poder Simbólico

Simbolicamente o simbolismo do símbolo simbólico é que detém o poder! E o poder quanto mais simbólico mais poderoso.

Rafaela Tavares Fontes


*'Referência' e uma pequena homenagem a Pierre Bourdieu.
Alusão a um de suas obras "Poder Simbólico".

sábado, 12 de setembro de 2009

Sempre mais, mais sempre!

Mais do que palavras.
Conversas sempre.



Mais do que boca.
Beijo sempre.



Mais do que corpo.
Desejo sempre.


Mais do que relacionamento.
Cumplicidade sempre.


Mais do que amor.
Vida!




Rafaela Tavares Fontes

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Bazuca Anal

Que lindo dia, que dia lindo!

Peguei um ônibus vazio pela manhã, ele gastou menos tempo do que o normal tarde da noite por exempo. Não tive que esperar a barca, peguei logo depois de ter pago o ticket. Pois é, a sorte parecia me acompanhar nessa manhã nublada de segunda-feira. o problema é quando se PENSA que ela de fato acompanha. Fui andando da Praça XV(terminal hidroviário) para a primeira aula em outro campus diferente do que custumo assistir a maioria das aulas da faculdade. NÃO me perdi em nenhum momento, cheguei antes mesmo do horário e pá! O professor não foi! Descobri que a turma era de calouros e que talvez rolasse trote ¬¬'

Logo após entra um grupo que se auto-identifica como "veteranos" e falam que o professor é falcatrua até dizer chega e que se ele não estava ali até aquela hora não teria aula mesmo. Fui embora, e resolvi ir andando para o outro campus onde teria aula umas 3h depois. A sorte não gosta de quem anda. Começou uma chuvinha fininha.

Andei 1km, 2km e fui atingida por uma 'bazuca anal', além do susto, bem, acho que não preciso de maiores descrições de como é desagrável ser mira de tal coisa. Minutos depois resquícios de outra bazuca "respinga" em mim. Até mesmo os pombos do Rio de Janeiro estão bem munidos, com direito a perseguições e estratégias infalíveis. Um trauma social, devemos nos unir para uma mobilização protestando contra esse absurdo.

E lanço aqui uma campanha "Coletes a prova de 'bazuca' já!" com direito a passeata no domingo pela manhã na praia do Leblon. Levem suas roupas mais branquinhas para protestar contra esse absurdo que ameaça o ramo turistíco da cidade, a população em geral, aos bons costumes e até mesmo a constituição! Diga não a Bazuca anal! Campanha 2009. Maiores informações acesse o site http://www.bazucaanal.com.br


Rafaela Tavares Fontes

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ser


-Quem é vc?
-Quem sou eu!?
-Isso..
-Sou o que liberto e o que reprimo em mim mesma.



Rafaela Tavares Fontes
Foto: Allan A. Valeriano

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Outono


Outono! Onde o copo estar "metade vazio" faz sentido. Faz o maior sentido. Estação do ano onde tudo se perde.



Folhas...
Pessoas.
Vento.
Filmes.
Gargalhadas.
Objetos.
Sol.
Chaves.
Livros.
Sentimentos.
Praia.
Filhos.
Nuvens.
Amores.
Peças.
Idéias.
Vizinhos.
Rancores.
Pôr-do-Sol.
Lixo.
Conversas.
Flores.
Memórias.
Engarrafamentos.
Raizes.
Paisagens.
Ferramentas.
Confiança.
Poesia.
Sangue.
Liberdades.
Celulares.
Amigos.
Pensamentos.
Lua Cheia.
Vidas.
Fotografias.
Presentes.
Certezas.
Música.
Ondas.
Roupas.
Chuva.
Intrumentos.
Brinquedos.
Animais.
Lágrimas.
Dinheiro.
Saudades.
Calendários.
Milênios.
Séculos.
Décadas.
Anos.
Meses.
Semanas.
Dias.
Horas.
Minutos.
Segundos.
Milésimos... folhas!

Rafaela Tavares Fontes


terça-feira, 24 de março de 2009

Atropelamento

Estava escurecendo. Coitado! Estava ali ainda parado, sozinho em uma calçada movimentada. Estar na multidão e se sentir sozinho é horrível, não?! Ao lado havia um bar, com muitas mesas, cigarros, cervejas e pessoas com conversas empolgantes, pareciam felizes. Mas, ainda assim, não havia nada parecido nem familiar por perto. Eis que um ser aflito se aproxima, gesticulando abruptamente, com uma expressão preocupada e distraida, até que.... 

*PÁ* 


"Ai!"

Presenciei um carro estacionado ser atropelado!



Rafaela Tavares Fontes



segunda-feira, 16 de março de 2009

Um cheiro


O som do tráfego na rua, que aquela hora da noite fluía, 
compunham a trilha sonora de uma noite cinzenta. 
Não tinha visto a lua aquele dia. 
Senti um cheiro estranho

Espreitando toda musicalidade urbana, 
uma respiração suave se aproximava cada vez mais. 
Ah! Lembrei-me do cheiro.
Um toque caloroso, carinho que envolve, tranqüiliza, excita, vicia!

E quanto ao cheiro?
Era cheiro de poesia



Rafaela Tavares Fontes
Foto: Allan  A. Valeriano

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Jogos


“Os companheiros gostam muito do jornal, mas José Goldman faz críticas à seção de xadrez. Não gosta de jogos em geral, especialmente os de cartas, cheios de reis, rainhas, valetes – um vício burguês. Os reis, dizia, são seres gordos e estúpidos; comem frangos inteiros, arrotam, adormecem e roncam; as rainhas, perversas, colocam veneno no vinho dos inimigos. Quanto aos valetes, as intrigas palacianas ficam a cargo deles. As mesmas restrições José Goldman faz ao xadrez. José Goldman: baixinho, ruivo e míope. Muito nervoso; quando discute, treme, e sua voz se embarga de emoção. Mayer lhe garante que os russos gostam de xadrez; José Goldman fica chocado; mas acaba por admitir, a contragosto, uma seção de xadrez em “A Voz de Nova Birobidjan”.

No fundo, contudo, crê que um dia os peões avançarão, não de casa em casa, mas a passos de gigante, derrubando reis, rainhas e bispos, seus cavalos e suas torres. Os tribunais do povo funcionarão, os réus confessarão, cabeças rolarão. O tabuleiro será a República dos Peões. Não haverá mais casas brancas e pretas; as casas serão de uma cor só e propriedade comum – se dois peões quiserem estar na mesma casa, poderão; se três quiserem, poderão; se quatro quiserem, poderão; cinco, poderão; seis, sete, vinte, poderão. Haverá lugar para todos. Na República dos Peões haverá casas, fábricas, plantações e o Palácio da Cultura – construído na antiga casa do Rei. Mas isto, no futuro...”



[SCLIAR, Moacyr. O exército de um homem só. Porto Alegre, L&PM, 2007.]

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Ano Novo

As coisas não tinham saido como o planejado, afinal, alguém planeja ter uma infecção intestinal em uma viagem e ainda por cima no dia 31 de dezembro? O destino foi então a cidade mais próxima, papo de 1400 habitantes, contando os da área rural! Final da tarde da véspera do "ano novo" em uma cidade do interior do Tocantins. Cidade pequena, igreja, praça... 

Ah! A praça! Tinha algo diferente. Uma tenda. Na tenda uma TV. Na frente da TV fileiras e mais fileras de cadeiras. Ao redor das cadeiras espectadores aos montes. Diria, quase precisamente, que os 1396 habitantes da cidadezinha. 

Ali bem próximo da pousada e afastada da praça, gritos desesperados. Uma família, no meio de uma rua esburacada e mal iluminada. Um garotinho pequenino com uma chupeta na boca, no colo de sua mãe. Seu irmão, pequeno também, carregando um carrinho e de mãos dadas com mãe, chorando, chorando de uma forma agoniante. A mãe tentava se equilibrar e desviar as crianças de um cabo de vassoura ameaçador. O pai, alcoolizado, não permitia que sua família saisse. 

Enquanto isso, na praça os demais moradores se juntam para beber, namorar, confraternizar, e claro, esquecer os problemas vendo na TV os lindos fogos do Reveillon do Rio de Janeiro. 


Feliz 2009!